sábado, maio 06, 2006

FAMÍLIA E TRADIÇÕES

sábado, maio 06, 2006

Era pequena, para aí com seis anos mais ou menos, nos verões ia sempre passar os três meses de férias com a minha tia no Ribatejo. Nesse ano, fui passar com o meu avô, que ainda era vivo. Mas recordo-me muito bem de passear no campo e pedir colo a uma das minhas tias. Na realidade são seis irmãs, três da minha avó, primeira mulher do meu avô, e três da segunda mulher. Aqui a porca torce o rabo, porque a minha mãe como não se dava com a madrasta achava que irmãs eram só as da mãe. Hoje já conseguimos, eu e a minha irmã, fazer-lhe ver que as irmãs não tiveram culpa do que a mãe lhes tinha feito passar. E graças a Deus que ela já fala com as irmãs e entendeu isso, mas foi dificil, porque a minha mãe como á a mais velha de todas foi sempre a mais responsável e tornou-se numa mulher amarga, teimosa, revoltada com a vida e eu chamo-a de "generala". Hoje em dia, como já vai na casa dos oitenta, e tem problemas de coração, já é forçada a andar mais devagar, mas mesmo assim ainda se revolta porque sempre foi uma pessoa muito enérgica e não consegue fazer o que ela quer. A minha irmã fica com a cabeça em água com ela, ainda hoje ela nos trata como se tivéssemos quinze anos. Quer saber onde vamos, com quem estamos, o que fazemos, enfim coisas de mãe, mas que já não é para nós e eu que já sou avó às vezes tenho de rir com ela. É que já não tenho idade para ouvir certas coisas, nem do marido ouço. Mas enfim, mãe é mãe e esta minha mãe tenho de dar-lhe um desconto.
Mas fugi ao assunto dos meus passeios campais.

Lembro-me muito bem de querer apanhar hortelã que a minha tia não deixava porque era hortelã de burro, é assim que se chama à hortelã que cresce no campo, por aqui e por ali. E quando se ia à aldeia andava-se muito até lá chegar, então era uma caminhada para lá e outra para cá. Chegava-se ao fim do dia mais cansado que um perú engasgado (não sei porque me lembrei desta), mas quando chegávamos à cama era tiro e queda dormia-se a noite toda e de manhã para levantar era um castigo, mas sabia muito bem.
Outra coisa que me lembro bem era o café logo pela manhã, feito numa cafeteira enorme à lareira e as torradinhas feitas com pão da casa, porque antigamente fazia-se o pão para a semana toda, e besuntadas com azeite e os mais velhos até punham alho. O café acompanhava quentinho e a fumegar.
Até parece que estou a cheirá-lo. Huuuum.
E as sardinhas assadas e comidas em cima do pão de milho??? Ai, ai. E o melão? Sim porque a terra da minha mãe é terra do melão e do tomate. A minha irmã chegava a apanhar o tomate do tomatal e comê-lo assim mesmo, sem sal e sem nada. E as couves com feijão, só com um fiozinho de azeite por cima. Ora do que me fui lembrar, agora ia umas torradinhas com café.
Ah! Havia uma coisa que eu ainda hoje adoro comer ao lanche, resto de peixe frito arranjado posto no pão com café.
O resto fica para outro post, ok?

2 comentários:

pinky disse...

aiiiii q fome! essas torradinhas parecem-me mt bem! belas recordações são essas infância.

Mary Mary disse...

Sardinha assada em cima do pão também é bom! :P

Recordações fantásticas...