terça-feira, novembro 30, 2010

ESTOU ZANGADA

terça-feira, novembro 30, 2010


É isso aí, estou mesmo zangada. Este fim de semana, segundo as notícias, foram recolhidas umas quantas toneladas de alimentos que revertem a favor do Banco Alimentar. Até aqui, tudo bem, pois como sabemos é esta organização que ajuda milhares de pessoas desempregadas e com filhos pequenos a não passarem fome. E cada vez mais existe uma quantidade maior de firmas que despedem os seus trabalhadores. E tenho quase a certeza que não ficamos por aqui.
O que me entristece e faz ficar zangada, mesmo muito zangada é o facto do Governo continuar com a ideia peregrina de ir para a frente com o projecto do TGV, ou seja, do comboio de alta velocidade.
Isto é de bradar aos céus.
É preciso fazer investimentos? É, sim senhor. Mas num TGV? NÃO, mil vezes NÃO. Há quantos anos andam para fazer um hospital em Sintra? Já perdi a conta. E investir mais na saúde? Está quieto, os senhores deputados, os senhores gestores públicos, os grandes empresários não necessitam de ir para um hospital público, têm dinheiro para ir para um privado. E os outros não têm direito a nada? E os encerramentos de Centros de Saúde que fazem pessoas idosas ficarem sem o único meio de urgência, pois o hospital correspondente à sua localidade fica a quilómetros de distância. Coitados se tiverem um enfarte já chegam mortos ao hospital. Pois é, mas se morasse lá algum familar de alguém do Governo de certeza que esse Centro de Saúde não seria fechado.
E agora pergunto eu, quem é que vai beneficiar com a construção do TGV? Eu não sou de certeza. Aliás, até estou reformada e estou a ganhar menos 500 euros do que se tivesse a trabalhar. 500 euros hoje é quase um ordenado e faz diferença, mas é o que estou a pagar por me ter reformado antes do tempo. E ainda por cima contra minha vontade, mas era pegar ou largar e se largasse hoje estaria também à porta do Banco Alimentar.
E onde está crise? A crise está para os pequeninos porque os grandes safam-se sempre. Arre, continuamos a ser o povo de brandos costumes. E mais não digo porque iria desfiar um rosário de coisas que já todos sabemos como são.

sexta-feira, novembro 26, 2010

COMEÇA O FRIO...

sexta-feira, novembro 26, 2010


E mais uma semana passada. Como de costume fui buscar a neta à escola, mas estava cá um friozinho que ia quase congelando. Brrrrr
Estamos no tempo dele e já sabe muito bem à noite estar na cama quentinha. E de manhã? Ai, nem apetece sair, é cá um sacrificio! Faço ideia como as pessoas que moram mais a norte devem passar, mas como em tudo na vida parar é morrer. Toca a levantar que as coisas não se fazem sozinhas.
Faz-me tanta pena aquelas crianças que têm de se levantar muito cedo para irem para as creches, porque os pais têm de trabalhar, quando o natural era deixarem-nas dormir até acordarem por elas. Quantos choros às vezes não ouço na minha escada de crianças a sairem quase de madrugada com os pais.
Antigamente os avós estavam em casa e podiam ficar com eles, hoje já não é assim, os avós muitas vezes ainda estão a trabalhar e não é possível dar essa ajuda tão preciosa, não só para os filhos como para os netos, principalmente nas grandes cidades.
A minha neta, neste ponto, tem sorte por ter a avó já reformada e poder ir buscá-la, senão era mais uma das muitas que teria de se virar sozinha no fim das aulas.
E pronto, mais um fim de semana com muito friozinho e também muito bom para namorar. Enfim, para quem pode, né?

quinta-feira, novembro 25, 2010

PARABÉNS FÁTIMA

quinta-feira, novembro 25, 2010

Feliz Aniversário: 1

Recados Animados de Feliz Aniversário



Que tenhas um dia muito feliz, com muita saúde e alegria. Beijinhos

quarta-feira, novembro 24, 2010

PARABÉNS SUSANA

quarta-feira, novembro 24, 2010

Feliz Aniversário: 3

Recados Animados de Feliz Aniversário



Espero que estejas a ter um óptimo dia. Beijinhos

quinta-feira, novembro 18, 2010

DEPENDÊNCIAS: PARA QUÊ?

quinta-feira, novembro 18, 2010


Mais um texto que considero muito bom e que dava para um debate longo, pois todos sabemos que não é fácil conviver com um parceiro ou parceira, mas também não é um bicho de sete cabeças. Basta um pouco de compreensão, carinho e muito diálogo para se poder ultrapassar, quantas vezes. pequenos problemas que depois se transformam numa bola de neve e caiem como uma avalanche. Ora então leiam:

São muitas as vezes em que o amor se confunde com dependência, a ponto de se acreditar que um casal se divide em duas metades que, no conjunto, fazem o todo; ou uma bola de pingue-pongue que pensa da mesma maneira em qualquer situação!
O resultado desta teoria é que, isoladamente, nenhum dos parceiros tem autonomia para pensar, para decidir, para sentir ou para agir, pelo que fica sempre á espera de “autorização”. Ao mesmo tempo, quando algo assola a relação, esta cai por terra, já que nenhum consegue fazer uma análise isenta do problema e encontrar soluções.
Igualmente, temos de acrescentar a ideia de que, numa relação, para que haja uma pessoa dependente, a outra estará independente, já que, não há consonâncias perfeitas!
Este facto é tão recorrente nos homens como nas mulheres que, ao se verem sufocados, muitas vezes, abandonam o projecto conjunto e procuram outra forma de vida, quando o mais lógico seria construir a conjugalidade com duas pessoas e não duas metades…
É preciso encarar um relacionamento como um acto de respeito pela personalidade, pelos gostos, pelas atitudes, pela conquista da cumplicidade numa reserva do que é pessoal. Homens e mulheres, por natureza são diferentes e o grande desafio é compatibilizar as características para que a relação seja interessante, criativa e enriquecedora.
Cada um tem as suas tarefas, particularidades e responsabilidades e o momento a dois é o encontro partilhado das semelhanças e dessas diferenças, pois caso contrário, um dos elementos acaba por estar em supremacia e o outro dependente.
Nesta dimensão ocorrem as infidelidades, o sofrimento, o medo permanente da perda, que faz mesmo com que esta ocorra, a instabilidade e a aceitação de tudo, já que se rejeita a ideia de ficar só.
Estaremos muito mais solitários com uma postura dependente das emoções e das “migalhas” que o outro nos dá, pois percebe que fazemos tudo para preservar a relação e, acaba por exigir muito mais do que tem para oferecer e, mesmo assim não está feliz, pois não há luta, desafios e progressão.
Repare que, numa relação de dependência emocional, falta a criatividade, a surpresa, o entusiasmo, a determinação e a afirmação da personalidade, pois o medo da perda, toma conta das atitudes e da liberdade para gostar de si e do outro, pelo que não há amor, mas sim necessidade em receber algo daquela pessoa.
O medo da perda e da separação, preenche o lugar dos sentimentos, enquanto que a pessoa em supremacia parece estar sempre segura e capaz de partir a qualquer momento para outra relação, pois também não se sente bem com a dependência do outro.
Aprender a conviver com a salvaguarda da auto-estima, com a valorização do que somos e temos, é a chave da independência e, quem não gostar de nós com as características que temos, terá de procurar outra pessoa para o efeito…
Na certeza de que, ninguém será jamais o que o outro deseja: a relação é uma construção de duas pessoas que se acertam diariamente, que evoluem e que ascendem com a idade, com o tempo e com as experiências. Muitas vezes, a educação, os medos acumulados, a baixa auto-estima, o meio, as crenças religiosas, os valores, a família, as referências parentais, a idade e a falta de experiências pessoais, são o pretexto para este tipo de comportamentos dependentes, sendo determinante o encontro do problema para que este se supere.
A ajuda técnica constitui, muitas vezes, um importante apoio na superação de traumas, na tomada de consciência das nossas atitudes e na sua alteração, isto porque é desejável que, uma relação seja um prazer, um encontro de potencialidades e uma expressão afectiva.
De forma alguma se pode encarar a vida conjugal como um acto de dependência e de sofrimento, muito menos de gozo por parte de quem não tem sensibilidade para nos dar o mesmo que lhe damos. Este problema geralmente está associado ao nosso percurso: a filha que depende da mãe, terá necessidade de depender de outra pessoa, tal como o filho que só faz o que a mãe quer, procurará uma mulher possessiva como companheira.
Claro está que, estes modelos não são nem interessantes, nem duradouros e, só o risco, a acção sem medo de falhar, poderá suportar o ideal amoroso: uma relação aberta, livre em que cada um sabe o seu papel a desempenhar e se sente bem com a vida que escolheu.
A segurança pessoal é a chave para a estabilidade e a sua conquista está ligada à sua forma de projectar o futuro emocional.
Registe que, os maiores desequilíbrios ocorrem nas diferenças de idade entre os parceiros, o meio desproporcional e uma educação oposta, pois sem se aperceber, a pessoa guarda uma ideia de inferioridade (ridícula) que não a deixa crescer e estar à altura dos outros. Pense nisto e, não tema procurar um psicólogo para obter ajuda, pois sozinho, o caminho nem sempre é positivo.

Marisa Freitas
in Gastronomias

terça-feira, novembro 16, 2010

FALTA DE TEMPO

terça-feira, novembro 16, 2010

Agradeço a todos que me leem e que me pedem para ver os seus blogues, mas, neste momento, o tempo é curto e não consigo estar aqui no computador como gostaria. Ainda mais com o marido em casa torna-se ainda mais complicado. Mas prometo que assim que tiver as minhas coisas mais organizadas eu espreitarei todos os vossos blogues ok? Um beijinho para todos e um especial para a querida Rubi.

domingo, novembro 14, 2010

COMO OS ANOS PASSAM

domingo, novembro 14, 2010

Para rir um pouco.
É triste, mas infelizmente há muitas mulheres que se deixam ficar nesta situação. E eu? Serei uma delas?





sexta-feira, novembro 12, 2010

OS 4 PILARES DA ECONOMIA PORTUGUESA

sexta-feira, novembro 12, 2010


SEM COMENTÁRIOS

terça-feira, novembro 09, 2010

HÁ DIAS PARA ESQUECER

terça-feira, novembro 09, 2010


Ontem, sem querer, fiz uma directa por uma razão não muito boa. O meu marido chegou a casa e não me disse que tinha caído na rua, resultado: eram 3 da manhã e estava ai eu, ai eu. Dei-lhe dois comprimidos para as dores e não havia meio de passarem, além de que ele já se queixava que ao respirar sentia falta de ar. Toca a telefonar para o 112, expliquei o que se passava e com toda a razão só havia um meio para o socorrer ir ao hospital ver se tinha alguma coisa partida. Como ele é grandinho, ou seja, não é uma criancinha para o poder levar ao colo, tive de chamar uma ambulância.
Peguei no carro e fui atrás. Chegado lá, felizmente, estava quase vazio, o que é uma sorte danada, porque aquele hospital está sempre a abarrotar de gente nas urgências. Foi logo chamado para a triagem e quase de seguida chamado para o médico, que como é de calcular mandou tirar um raio X ao toráx. Lá andámos por aqueles labirintos, sim porque num hospital grande há sempre corredores e mais corredores sem fim, e lá fomos ao sítio certo. Voltamos para trás e mais uma espera até saber o resultado do exame. Entretanto, leva uma injecção e toma um relaxante muscular. Até que o médico o chama outra vez e ficámos a saber que não tinha partido nada, mas, e há sempre um mas, tinha uma costela rachada ou como disse o médico com uma fissura. Pronto, aí percebi que as dores não eram só da queda, além de dorido tinha o osso da costela rachado. Depois de medicado veio para casa, agora já no carro e com isto tudo já passava das 07h30 da manhã.
Escusado será dizer que depois de tudo passado quem fica mal sou eu. Parecia que tinha levado uma tareia. E dormir? Já não consegui. E cá estamos 24 horas depois à espera que isto passe. O que uma simples queda pode fazer!!!!

segunda-feira, novembro 08, 2010

RECORDAR OS BONS VELHOS TEMPOS

segunda-feira, novembro 08, 2010


Eh lá, ando a escrever muito pouco, mas a falta de tempo é complicada. Com a netinha na escola ao pé de casa da avó ainda pior. É um vai e vem diário, pois tenho de a ir buscar e levar à escolinha, fazer o almoço, dar-lhe o lanche e por aí fora. O tempo torna-se curto e à noite, que é quando estou mais disponível, estou cansada e quantas vezes não apetece mexer em mais nada. Hoje, domingo, é dia de folga e cá estou mais uma vez com um textinho que não é meu, mas que aqui deixo com muito carinho e que possa ajudar alguém a pensar nestas palavras. Eu acho que para sermos felizes temos de começar por estar de bem com nós próprios para depois estar de bem com os outros. É só procurar dentro de si mesmo o equilíbrio, ser positivo, até mesmo com as adversidades, e seguir em frente, porque o tempo não volta para trás.

A humanidade evolui e a mente acompanha este processo, tal como as caraterísticas físicas. É fácil reparar que temos menos pêlos, dentição mais alinhada, dedos mais finos e longos e um aspeto de todo mais elaborado.
O próprio corpo tem outros odores e somos mais cuidadosos com a higiene e a aparência. Entre muitos outros traços, reparamos que temos sofrido alterações profundas e que este processo ocorre em todas as culturas, mesmo que o tempo de história e desenvolvimento não seja igual para todos.
Perante esta realidade, verificamos que estamos ligados ao passado, ao início da nossa história pessoal, pois com o passar dos anos, vamo-nos distanciando das origens e desligando a importância de algumas coisas que, outrora nos faziam bem e que precisamos de compreender a substituição e não a perda. Aprendemos a gostar de outras coisas, de novas formas de estar e o pensamento parece acompanhar cada etapa.
Contudo, com o passar dos anos, começa a imperar o saudosismo e, muitas vezes não compreendemos porquê, pois se estamos tão distantes da nossa base de formação, por que razão o passado parece fazer-nos falta?
A questão é tão simples quanto complexa em simultâneo, pois começamos a envelhecer desde que nascemos, muito embora os primeiros sinais sejam mais evidentes a partir dos 25 anos, já que nesse período de tempo ocorreu o desenvolvimento do corpo e algum amadurecimento mental e da personalidade.
É a partir dessa fase em que pensamos mais em nós, prevenimos doenças e tentamos recuperar os danos que, na loucura da adolescência foram ficando para trás.
Ao constatarmos que nos vamos degradando e que precisamos de tratar de nós até para esconder os sinais do tempo, tomamos consciência de que a juventude não é eterna e que o que nos fazia sentido nessa faixa etária, vai senso substituído por outros interesses.
Planeamos a vida adulta, o casamento, a paternidade ou a maternidade, a carreira e tudo aquilo que consideramos necessário para o nosso conforto. Naturalmente sentimo-nos responsáveis pela nossa vida e pelos nossos atos, quando na adolescência os nossos pais tratavam dos nossos interesses e desejos. Percebendo essa transformação, muitas vezes brusca, começa a ocorrer o saudosismo que, levado ao extremo se torna negativo e um impedimento para prosseguir a nossa vida, a ponto de nos encontrarmos com 40 anos a fazer as loucuras da adolescência! Depois queremos que o tempo volte atrás como se isso fosse uma solução para retardar o processo de envelhecimento, quando a solução está na nossa capacidade de nos dedicarmos à vida atual e de aprendermos a preservar os traços e os prazeres da idade anterior.
Se fizermos uma escala com o nosso percurso, em jeito de cronologia da nossa própria vida, facilmente colocaremos em cada idade os traços mais marcantes e, a partir daí, podemos sempre ter a opção de prolongar o que se adequa ao presente, sem a “aberração” de vivermos emoções ou comportamentos fora de tempo.
Posto isto reparamos que não temos de correr atrás do progresso, mas sim de alinhar o nosso percurso pessoal de acordo com o ponto de partida, que varia de pessoa para pessoa. Sabendo que no tempo presente, a data é a mesma para todos, mas os saberes e as preferências não, não faz sentido copiar o percurso dos outros, já que não se adequará a nós pelas naturais diferenças alcançadas.
Se há quem não viva sem um computador, há quem não abdique da sua máquina de escrever que tem um significado especial, mas que saiba manusear a máquina moderna, que trabalhe e desempenhe as suas funções. Simplesmente na privacidade, pode optar pela utilização dos seus objetos.
O mesmo se passa com a velha máquina de café e as sofisticadas cafeteiras, os discos de vinil e os CDS e daí por diante. Se pensarmos que, podemos orientar a nossa vida privada para o sentido que quisermos, talvez sejamos muito mais moderados e felizes, pois seguramente que, jamais conseguiremos acompanhar este ritmo alucinante impresso por quem começou num ponto de partida muito diferente!
Gostar das nossas escolhas, opções, sensações, pessoas, músicas continua a ser um direito que só a nós cabe afirmar, sob pena de entrarmos na linha dos 60 anos com uma depressão profunda motivada pela falta de enquadramento social, já que deixamos as nossas raízes e não conseguimos construir alicerces pessoais na corrida contra o tempo. Esta é a grande diferença do envelhecimento bem ou mal sucedido, pois o bem-estar resulta da conformidade que estabelecemos entre o que fomos e somos e não entre o que somos e querem que sejamos.
As decisões, por muito que estejamos ligados ao sistema, são sempre individuais, pelo que não temos de fazer o que nos é sugerido, mas sim aquilo que sentimos e, ter a liberdade para percorrer o tempo que nos faz bem… Não é por estar na moda viver na cidade, que uma pessoa do campo lá seja feliz ou vice-versa, pois a moda somos nós quem a fazemos: se gosta de usar gravata, não deve substituir esse gosto só pela crítica…
Ao mesmo tempo, o progresso é sempre atrativo já que a tendência evolutiva é facilitar o esforço humano e talvez sobrecarregar mais a mente, contudo devemos ter coragem para adequar o progresso ao que somos e não ao contrário, sob pena de nos tornarmos amargos e revoltados contra o sistema, quando a opção é nossa.
Acima de tudo, temos de olhar para nós mesmos e, a partir do que não queremos, delinear o que nos faz bem… Só este já é um motivo para poder recordar os bons velhos tempos com uma saudável alegria interior de quem não deixou perder o seu melhor.
É comum entrarmos numa viagem alucinante em prol das descobertas, com a sensação de que o mundo é pequeno, igual para todos e que basta descartar o nosso passado para que entremos na era moderna. Contudo, o nosso corpo não se rege pelas energias que nos movimentam para essa rota, mas sim a partir das suas capacidades e preferências muito marcadas nos primeiros anos de vida.
Quer isto dizer que, mais cedo ou mais tarde retornaremos à nossa essência, pelo que de nada nos serve passarmo-nos pelo que não somos ou temos. Se gostou da música dos anos 60 e 70, mais cedo ou mais tarde vai encontrar a nostalgia e uma pessoa que se perdeu no progresso.
Mas se a mantém dentro de si, seguramente que viverá de uma forma equilibrada e ajustada ao seu percurso; sem vergonha por gostar de si e do que foi no passado e com um argumento muito pessoal para ser como é. Sabe apreciar o novo tempo e os sons atuais, pois incluiu o novo ao seu passado e ficou com muito mais conhecimento de vida!
O saudosismo pode colocar-nos em estado de perda total da nossa identidade, sobretudo quando queremos regredir na personalidade e recuperar o tempo dado como perdido. Ora não seria mais fácil a honestidade e a afirmação de que se faz parte de dois tempos e que precisamos de ambos para o nosso bem-estar e equilíbrio?
Para quê agarrar o progresso como uma bandeira para a salvação se a sua felicidade está no que aprendeu, conheceu e identificou como sendo fundamental para si? Uma paragem cuidadosa e um olhar para o percurso, são passos essenciais para o envelhecimento bem sucedido, tal como encontrar uma explicação para o seu percurso, ajuda a clarificar o que fez e o que pretende fazer no presente e como quer programar o futuro… É sempre possível ter tudo, desde que se saiba onde colocar cada episódio de vida…

Margarida Antunes
in Gastronomias