Estou na fase final da uma etapa de 17 anos numa empresa em que me deu muito gozo trabalhar, mas que parece que é como todas as outras que quando não precisa descarta, apesar de pertencer a um grupo grande. A idade pelos vistos também conta, a partir de uma certa altura ter gente mais idosa não fica bem. Eu não me considero velha até porque para a Segurança Social sou muito nova para a reforma. Contigências estatais, não é verdade? Bom, mas isto tudo para dizer que vou ficar, como muito boa gente, desempregada.
Se me perguntarem se estou aflita, sinceramente não estou. Assustada? Talvez não. Preocupada? Um pouco, porque receber o subsídio de desemprego não é a mesma coisa que o ordenado certo ao fim do mês. No desemprego não há subsídio de férias nem de Natal, portanto há que fazer muito bem as contas para não dar raia. Férias? Nem vê-las nos próximos três anos. Até porque agora, como eu disse no meu outro blogue, somos prisioneiros do Estado. De 15 em 15 dias temos de nos apresentar na Junta de Freguesia da residência para saberem que não emigrámos. Acho que os presos, neste momento, têm mais liberdade do que nós. Têm comida à borla, podem ir a casa com as novas pulseiras e ainda têm visitas quase todos os dias. Nós não podemos sair para muito longe e se temos a honestidade de dizer que vamos aqui ou acolá, é certo e sabido que depois nos descontam no subsídio.
Mas adiante, vamos a ver o que vou fazer. Para já, vou descansar no próximo mês. (Não, não vou de férias, fico em casa) Depois logo se vê. Neste momento sinto um certo vazio, parece-me que me vai faltar qualquer coisa, mas acho normal porque vai mesmo faltar o corre corre de vir todos os dias trabalhar, de olhar para as horas para ver se estou ou não atrasada, se chove, se faz sol, enfim tudo aquela azáfama normal do dia a dia.
Por agora chega senão choro. E isso não faz parte de mim. Depois conto como foi o fim desta etapa, que ainda não acabou.
7 comentários:
Eu posso imaginar como você se sente. Mas lembre-se que nesse momento o importante é manter o equilíbrio e a tranquilidade, por mais difícil que te possa parecer.
E conte sempre com esses seus amigos ;)
Abraços,
Ainda que de forma virtual, estamos deste lado para te dar carinho. Um abraço forte
aiiiiii...já houve decisão? não te preocupes, bola pra frentes, as mudanças fazem parte da vida e maior parte são para melhor, por isso vá de levantar a cabeça e caminhar para a frente, beijos grandes, se precisares de alguma coisa, apita!
Estarei sempre aqui para a minha fada madrinha! :D
Um beijinho do tamanho do mundo e quem me dera poder estalar os dedos para mudar essa situação!
isto não tá facil, não.
espero que te corra tudo melhor.força!
bjos e bom fds
Realmente são situações complicadas de serem vividas, mas cada vez mais frequentes em Portugal. A propósito desta matéria, fiz a transcrição de um artigo do DN que aborda os dramas do jovens licenciados. Os rumos de Portugal são nebulosos e fico assustado em relação a um eventual regresso à pátria.
Que tudo se resolva da melhor maneira, boas férias!
Enviar um comentário