SANTOS POPULARES

Todos sabemos que os santos populares são festejados em Junho. Santo António dia 13, São João dia 24 e São Pedro dia 29. São noites de grande alegria. Decoram-se as ruas com balões e arcos de papel às cores, há bailaricos nos pequenos largos e altares para os santos a pedir sorte. Bailes nas ruas, marchas, sardinha assada e manjericos, assim é a tradição em todo o País com especial destaque para Lisboa (dia 13) e Porto (dia 24). Sabe-se que muito antes de Jesus Cristo já se festejava nesta altura o Solstício de Verão, altura esta para saudar a proximidade das colheitas, fazer sacrifícios em prol da fertilidade, para afastar as doenças e as secas. Pensa-se também, que as populares fogueiras têm origem na celebração da deusa romana Vesta, guardiã do lar e do fogo.
A igreja como não conseguiu acabar com estes festejos aproveitou para as transformar em católicas: Sto. António, S. João e S. Pedro, qual deles o mais festeiro.


1 - O povo festeja Santo António como santo casamenteiro. A lenda tem origem na generosidade com que o frade presenteava as jovens sem dote para que se pudessem casar. Daqui resultaram diversas outras lendas. A mais conhecida reza que uma rapariga, farta de rezar e esperar que o santo ouvisse as suas preces, atirou a sua imagem pela janela fora. A estatueta bateu na cabeça de um rico homem, que logo se apaixonou e casou com ela. A partir deste momento, o santo casamenteiro não teve mais descanso a atender os pedidos que lhe são dirigidos. Santo António é também, talvez devido aos seus dotes de oratória, o advogado das causas perdidas e o que nos ajuda a encontrar objectos perdidos de grande valor.


2 - São João é festejado com pratos especiais: carneiro ou cabrito do norte, caldeiradas de peixe no litoral, uns bolos chamados "capelas de S. João" no Alentejo, bonecos com o formato do Santo no Algarve. As festas e os bailes duram toda a noite, com vinho a rodos e alimentos em quantidades desmedidas. “No São João, pinga a sardinha no pão”, diz o ditado. É o dia em que ninguém olha a despesas para a refeição mais lauta do ano. Protector dos casados e dos enfermos, São João também é casamenteiro e, pela sua vida retirada, é ainda patrono dos monges. A comemoração do seu nascimento é das mais ricas do calendário litúrgico, sendo o santo mais festejado no Brasil, onde se dá o nome de “festas juninas” à celebração dos três santos. A dedicação popular a São João é que nem sempre foi do agrado da Igreja, visto ser demasiado alegre para um santo que viveu tão afastado das coisas do mundo.


3 - O apóstolo preferido de Jesus ficou encarregue de construir a sua Igreja. “Constrói sobre mim a minha Igreja, qual rocha e fundamento, e eu te darei as chaves do Reino dos Céus”, disse o Messias a Simão, o Pescador, a quem baptizou de Pedro, significando a pedra sobre a qual ele iria erigir a Igreja Católica. O fiel e dedicado Pedro seguiu Jesus até ao fim, tendo, contudo, negado o Mestre por três vezes nas vésperas do seu martírio. Disto prontamente se arrepende e passa a agir como líder do grupo de apóstolos, baptizando famílias e espalhando a palavra de Deus pelas terras de Jerusalém, Palestina e mesmo entre os romanos. É aqui que vem encontrar o seu próprio martírio. Perseguido pelo imperador Nero, já teria passados os 60 anos quando foi cruxificado no dia 29 de Junho, sendo depois enterrado numa necrópole pagã situada numa colina o Vaticano. Aquele que foi o primeiro Papa da História é considerado o padroeiro dos pescadores, profissão que abandonou para seguir Jesus Cristo. É também o guardião das portas do Céu e o comandante das chuvas, atribuindo-se-lhe ainda a protecção dos porteiros e das viúvas