quinta-feira, agosto 16, 2007

LEMBRANÇAS DOS MAIS VELHOS

quinta-feira, agosto 16, 2007

Outro dia recebi um mail muito engraçado sobre o que nos lembrávamos de há quarenta anos atrás. Então, lembrei-me eu também dos costumes da altura e por isso o título “lembranças dos mais velhos”, uma vez que os mais novos já não passaram por isso.
Palavras inocentes…, rebeldes…, anjos…, lembranças…, sons de música e rock… era como nós éramos nessa época. Canções de protesto… mas de amor puro e verdadeiro… lembram: “ sr. Carteiro entregue-me a carta do meu amor..” assim dizia a canção “Mr. Postman”. Era tão bom dançar de rosto coladinho ao som de “je t´aime moi non plus” quase sem sair do lugar e o com o corpo bem coladinho entre suspiros e beijos roubados, sim porque fingíamos que não os queríamos. E a inocência dos primeiros toques que até fazia arrepios na espinha. Rosto vermelho de pudor que não se podia disfarçar, sentindo tudo, querendo tudo, mas sem se entregar. Que roupa usar? Baton? Perfume? Aquele vestido vermelho? Sapatos altos? Ficávamos lindas de qualquer maneira. Eram os bailes dos 15 anos aos domingos, o fumar escondido e para quem gostava uma bebidita. Ter o disco novo dos Beatles, saber as músicas todas de cor, aprender inglês e não havia quem não tivesse a sua banda ou tocasse guitarra. Faziam-se versos, namorava-se, olhares de soslaio, nada de encarar, era como subtilmente disséssemos “eu quero” e eles sabiam, não sei como o entendiam, isso sempre me intrigou, mas era uma química, uma fusão de sentimentos, na verdade uma explosão deles. E nos bailes, era aquela velha história de “tirar a menina para dançar” e era uma “vergonha” ficar sentada. Roupas bem coloridas, cabelos compridos, rapazes e raparigas, de costas não se sabia quem era quem, o símbolo V nos colares, anéis, brincos e bugigangas. Dançar sozinhos ou separados o “Sugar, sugar”, voltar a pé para casa suados, cansados com os sapatos na mão. Encher o quarto com fotos de artistas preferidos, ter um caderno de perguntas e respostas (os inesquecíveis inquéritos). Eram tão engraçadas as perguntas, mas muito melhores as respostas, todas as raparigas tinham um e havia ainda a escrita por códigos para se o caderninho caísse na mão das mães elas não saberem o que lá estava. Ler romances, andar na parte de trás dos autocarros não só pelos saltos que davam, mas também porque havia risinho e brincadeira para não incomodar ninguém. Naquela época muita pouca gente tinha carro, ir ao cinema aos sábados e gastar o dinheiro da passagem de volta em gelados e doces e ainda dar risadas de tudo e de todos, no cinema, na escola, na rua, rir o tempo todo. Preocupações? Não, não havia. O que talvez tenha acabado foi a inocência, a irreverência sem maldade, a rebeldia comportada, porque tudo isto era a nossa maneira de sermos felizes. Lembranças que só tem quem viveu isso tudo é que pode sentir e saber o que é dançar ao som de “I wanna hold your hand”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nossa!!! até eu viajei com esse post! não nasci exatamente há 40 anos, mas minhas melhores lembranças de infância são musicais...Carpentes, Pink floyd, Beatles...até Elvis eu curtia, graças a meus irmãos apaixonados!
Que bom amiga, lembrar esses momentos!

Um beijão!

Susana disse...

Gostei!!!Este post faz-me lembrar os meus pais a contarem-me as historias de antigamente, pois porque eles ja teem uma boa idade.
Fica bem, beijinhos