segunda-feira, maio 30, 2011

OUTROS TEMPOS

segunda-feira, maio 30, 2011


De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas 'à prova de crianças', ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.
Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos Play Station, X Box.
Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía!
Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos.
Acreditem ou não íamos a pé para a escola. Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles?
Parabéns! Tivemos a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, 'para nosso bem'.
Para todos os outros que não têm a idade suficiente , pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.
A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986, ou depois. Chamam-se jovens.
Nunca ouviram 'we are the world' e uptown girl conhecem de westlife e não de Billy Joel.
Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.
Para eles sempre houve uma só Alemanha e um só Vietname.
A SIDA sempre existiu.
Os CD's sempre existiram.
O Michael Jackson sempre foi branco.
Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo tivesse sido um deus da dança.
Acreditam que 'Missão Impossível' e 'Anjos de Charlie', são filmes do ano passado.
Não conseguem imaginar a vida sem computadores.
Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1. Entendes o que está escrito acima e sorris.
2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.
3. Os teus amigos estão casados ou a casar.
4. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores.
5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis.
6. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez).
7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.

SIM ESTÁS A FICAR VELHO heheheh , mas tivemos uma infância do caraças.

Célia Santos
in Gastronomias

3 comentários:

micróbio disse...

Adorei o texto, e mesmo sendo eu parte de uma outra geração, partilho das mesmas aventuras que tu descreves e isso deveu-se ao facto de crescer numa aldeia pequena onde as brincadeiras ainda hoje são como nos meus dias de criança. É bom recordar estas aventuras, e pensado no futuro e naquilo que poderão fazer os meus futuros filhos, não acredito que possam ser tão felizes como eu fui.
Belo texto, adorei... vou seguir

Adriano Vinícius disse...

Me enquadrei em 99,9% de tudo o que VC escreveu. Devemos ter exatamente a mesma idade! hehe. Ótimo!

Blog da Terezinha Sobreira de VS disse...

Sou mais antiga ainda. Interior do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Interiorzão. Um lugarzinho perdido no mapa. Como se diz: onde Judas perdeu as botas. Nasci em 1944. Por aqui, havia poucos carros. Eram importados e o povo brasileiro era pobre. Havia só um telefone público. As ruas eram de terra mesmo. Algumas pessoas possuíam rádio. Jornal só chegava no outro dia ou no outro. Brincávamos de roda no meio da rua, de pique-esconde, escorregar pelo pasto na casca de coqueiro, fazer boneca de pano. E os causos que os tios nos contavam: de assombração!
Sobrevivemos a tudo. Conhecemos o início da industrialização automobilística no governo do Presidente Juscelino Kubitischeck.
Foi ele quem construiu e inaugurou a nova capital, Brasília, bem no meio do País e durante um só mandato político.
O que determina nosso tempo de vida é, em primeiro lugar, a genética, não há dúvida!
Um abraço e parabéns por seu blog tão bonito e acolhedor! Lindo o seu castelo!