quarta-feira, novembro 09, 2011

EXCESSO DE VAIDADE TORNA CRIANÇAS FÚTEIS

quarta-feira, novembro 09, 2011


Escolher o melhor vestido do armário, passar batôn nos lábios, esticar e ondular as pestanas com rímel, pintar as unhas, esticar o cabelo com chapas de alisamento ou colocar os pés em cima de uns saltos altos não são comportamentos a estranhar entre as mulheres. Mas os especialistas chamam a atenção para as novas adeptas destes rituais de beleza: há cada vez mais crianças a repetirem as rotinas de estética das mulheres adultas.
Fotografias de Suri Cruise - a filha de três anos de Tom Cruise e Katie Holmes - a andar pela rua, de mão dada com a mãe, num dia de chuva, calçada com uns sapatos de salto de mais de um centímetro fizeram soar o alarme. Katie Holmes disse, em sua defesa: "Ela, como todas as crianças, adora os meus saltos altos." Mas a comunidade médica dos EUA acusa Tom e Katie de negligência. Especialistas portugueses também criticam. Saltos altos na rua, nunca. "São contraproducentes para um bom desenvolvimento da postura e da maturação da coluna", afirma o pediatra Mário Cordeiro. Além disso, ao permitirem este tipo de comportamento, os pais estão a transpor a fantasia para a realidade e a dizer à criança que "ela realmente é adulta".
A vaidade em dose certa na infância "é saudável e recomenda-se", brinca a psicóloga infantil Rita Jonet. "É bom que uma criança goste de si e se cuide." Mas se a vaidade se transforma num exagero há mais riscos para o seu desenvolvimento equilibrado. Rita Jonet exemplifica com um conto infantil de Sophia de Mello Breyner: "Se o valor da imagem começa a ser exagerado, a história passa a ser como a da Fada Oriana, que deixa de cuidar da sua floresta porque fica encantada com a sua imagem no lago."
Os pais devem conseguir discernir o momento em que a auto--estima dos filhos se transforma em narcisismo. É normal que as crianças, sobretudo entre os três e os quatro anos, cultivem os jogos simbólicos do faz de conta e façam a sua afirmação de género - isso inclui o querer imitar o pai a fazer a barba, no caso do rapaz, ou querer experimentar os sapatos de salto alto da mãe e gostar de vestidos, ganchos, bandeletes e colares, no caso da rapariga. Na opinião do pediatra Mário Cordeiro, "sem cair no exagero, é bom essa afirmação orgulhosa do 'sou mulher". É prejudicial quando se torna obsessivo ou quando o que conta não é o adorno mas a marca ou o preço".
A psicóloga Rita Jonet lembra ainda que muitas vezes estes comportamentos são mais uma chamada de atenção do que de vaidade. "Estas crianças acham que isso é uma promoção. Estão a querer saltar etapas porque acham que vão olhar mais para elas se forem adultas."
Se a criança passa horas em frente ao espelho, deixa sistematicamente de brincar para pintar as unhas, ou começa a exigir esta ou aquela roupa antes de sair é hora de os pais lhes porem um travão.
"Quando a necessidade de uma criança impor sempre os seus teatros começa a interferir na vida de uma família inteira esse é o momento certo para os pais dizerem não", recomenda Rita Jonet. Cabe aos pais estarem atentos, serem vigilantes e colocarem barreiras ao culto das aparências. "O preocupante é quando os pais não são uma verdadeira entidade reguladora e são permissivos em excesso", lembra o psicólogo Eduardo Sá. "O maior problema" - complementa Rita Jonet - é quando a vaidade é construída e mantida "pelo egoísmo dos adultos": "Há cada vez mais uma tendência para os pais e avós acharem muita graça a crianças com jeitos de adultos - dos gestos ao uso de palavra caras - porque gostamos delas à nossa imagem e semelhança."
E quanto mais ausentes são os pais, maior a tendência para se sentirem desautorizados a barrar os excessos dos filhos. "Pais com sentimento de culpa têm maiores dificuldades em dizer não", afirma a psicóloga.
Os especialistas não têm dúvidas: para um desenvolvimento saudável as crianças não devem crescer antes de tempo. Vaidade a mais pode esvaziar a infância e transformar essas crianças em adultos fúteis e anti-sociais, pessoas que, para o pediatra Mário Cordeiro, "cultivarão as aparências e o faz de conta, para lá da idade em que é lícito fazerem-no. Além de superficiais, podem tornar-se muito agressivas". O jogo da vaidade "é perigoso e não compensa", diz Eduardo Sá. Essas crianças terão maiores probabilidades de se tornarem "adultos avessos e solitários". A menos que a criança seja muito resiliente, o mais comum é ficar "muito virada para dentro".

in Jornail I

Meu comentário:
O grande problema da geração que anda por volta dos 40 e até hoje, sempre ouviu os psicólogos dizerem que era anti-pedagógico ralhar com as crianças, anti-pedagógico dar-lhe um castigo quando faziam asneiras, e por aí fora,,,
Agora chegam à conclusão que não é bem assim. Está na altura de saber quando se deve dizer NÃO a uma criança. Os valores em que eu fui educada estão todos trocados e alguns já se perderam. Por isso, ouvimos dizer que as crianças são indisciplinadas e os professores não fazem nada delas.
Só que a educação começa em casa, na escola é a instrução.
E teria aqui pano para mangas, mas o texto já está muito longo. O resto fica para outra altura.

9 comentários:

Rubi disse...

É triste e chocante. Ouvi, no outro dia, uma menina com 10 anos dizer que quando for grande quer ser famosa. Não sabe porquê, só sabe que quer ser famosa... Fiquei sem palavras.

ightshift. | M disse...

eu amei aqui, sério. seguindo (:

Carlos Cristian De Paulo Silva disse...

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Ivan Lopes disse...

É no minimo Chocante! mas com advim de toda esta informação cabe a nos de gerações passadas orientar para serem mais simples e objetivas.

Belo texto parabéns!

fec disse...

Existem duas formas de destruir a misericórdia: eliminando o pecado e eliminando o perdão. Estas são precisamente as duas atitudes mais comuns nos dias que correm. Numa enorme quantidade de situações não se vê nada de mal. Naquelas em que se vê, não há desculpa possível. As acções do próximo ou são indiferentes ou intoleráveis. O que nunca são é censuradas e perdoadas. O que nunca se faz é combinar o repúdio do pecado com a compaixão pelo pecador.

Anónimo disse...

As crianças de hoje não querem mais saber de brincar, as meninas já querem ser adultas e atraentes ..
é um fato na nossa sociedade que é muito triste, pois um dia não havera mais crianças .. "crianças"!

Reginaldo Nery disse...

As crianças são o espelho dos pais, tem que saber dizer não, sim! Temos etapas pra cumprir, infância, adolescência, e fase adulta, pular algumas dessas, é problema na vida adulta!

anareis disse...

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