quarta-feira, fevereiro 14, 2007

MAIS RECORDAÇÕES...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Um pouco atrasada em relação ao post anterior, mas tive algumas dificuldades em postar em casa. Assim sendo, cá vai mais recordações de infância.
Depois da telefonia e da televisão recordo-me bem dos pregões das varinas pelas ruas de Lisboa com a sua voz: "olha o meu peixe que é tão fresquinho, ó vizinha são três chicharros por cinco tostões, é só para acabar" e ainda a mulher dos limões: "quem quer limões, olha os meus limões que são tão bonitos" e por aí fora, pois cada uma tinha o seu pregão. Depois vinha o verão e lembro-me de que a pastelaria ao pé de minha casa tinha uns geladinhos amarelos, pequenos e quadrados, que eram uma delícia. Ainda hoje não sei de que eram feitos, mas que eram muito bons lá isso eram. Eu e a minha irmã pelava-nos para comer um. Como na altura a vida era muito difícil tinha de se inventar maneiras de comer o mais barato possível. Por exemplo, lá em casa havia sempre sopa e o resto era o que se podia. Antigamente, as mercearias, que actualmente estão a desparecer completamente, tinham sempre bacalhau demolhado. Comprava-se uma posta e fazia-se o jantar para a família. Naquele tempo uma posta de bacalhau era muito barata, agora nem existe, aliás existe, mas congelado e muito mais caro. Tínhamos um arroz de bacalhau, ou uma caldeirada de bacalhau, ou uns pasteis de bacalhau com arroz, ou ainda pataniscas de bacalhau. Eu sei, eu sei, que há muitas maneiras de o fazer, mas isto era o que se fazia lá por casa. Comia-se também, quando era possível, uns bifinhos mas isso era quando o rei fazia anos.
Brinquedos. Quais brinquedos? As bonecas eram feitas de trapos e os rapazes faziam os seus próprios brinquedos. A minha rua como tinha uma grande subida eles pegavam numa tábua punham-lhe umas espécie de latas por baixo, ou pediam na garagem os rolamentos velhos, para fazerem as rodas e um cordel para guiarem a tábua e era vê-los em cima daquilo e deslizarem pela rua abaixo. Era uma alegria. Meu Deus, como o tempo passa e como é tudo tão diferente.

4 comentários:

Capitão-Mor disse...

O teu imaginário faz-me lembrar muito as histórias da minha mãe de uma Lisboa mais antiga. Eu cpa só me lembro da gaita dos amoladores e de haverem mais pregões na Baixa...

Episódio 2 da Noitada já foi publicado.

O Chaparro disse...

passei p deixar um bjo e desejar rsto d semana

pinky disse...

é muito bom lêr estas histórias dos tempos antigos, me gusta! bom carnaval e melhores bailaricos!

Mary Mary disse...

É tão bom ouvir essas histórias... a pessoa fica com o coração cheio! :D