quinta-feira, outubro 27, 2011

FAZER O LUTO

quinta-feira, outubro 27, 2011


Tenho pela segunda vez a minha mãe em casa após a morte do meu marido. Sinceramente não me faz diferença nenhuma. É minha mãe. No entanto, ela sempre esteve mais tempo com a minha irmã do que comigo, pois é muito agarrada ao neto. Desde que ele nasceu que é o menino dos olhos dela. Nem eu, nem a minha irmã e nem as outras três netas teem ciúmes, somos unidos nesse aspecto. Compreendemos o amor que ela tem por ele porque ela sempre quis ter um filho homem e não teve, de maneira quando nasceu o neto foi como se lhe tivesse saído a sorte grande. Amor esse que deu para fazer umas asneiritas, como por exemplo dar-lhe tudo o que ele queria comer, resultado: hoje é um homem com 26 anos e gorduchinho. Gordura essa que só lhe faz mal e que ele se vê aflito para conseguir emagrecer, não por vaidade mas por uma questão de saúde.
Tantas vezes que ralhei com ela para não dar tanta comida ao miúdo, a resposta era aempre: "se ele tem fome o que é que queres que eu faça?", muitas vezes lhe respondia que poderia lhe dar outras coisas que não lhe fizessem mal. Por exemplo: ao lanche dava-lhe dois yogurtes e 4 carcaças. Eu achava mal, em vez de tanto pão devia-lhe dar fruta. O tempo passou e já não há nada a fazer.
Mas não foi por isto que comecei a falar da minha mãe e sim por ela cá estar.
A psicóloga chamou-me a atenção que a minha irmã agora é que deveria a ter com ela. O luto pelo meu marido mal começou e nesta fase deveria ter tempo para mim e pôr a cabeça no lugar, penso sempre primeiro nos outros e esqueço-me de mim. Ela é capaz de ter razão, mas eu não conseguiria dizer não à estadia da minha mãe em minha casa. Não conseguiria ficar de consciência tranquila comigo mesma por mais motivos que pudesse ter.
Até a minha filha mais nova, que ainda está comigo, diz: "oh mãe quando é que estamos as duas sossegadas?". Aí só posso responder que é por pouco tempo também tenho de aliviar a minha sobrinha que passa toda a semana com ela quando ela está em casa da minha irmã. Agora deu em não querer ir para o Cartaxo prefere ficar aqui ao pé do neto pois sente-se mais tranquila. Tem o hospital a cinco minutos de casa e no Cartaxo é dificil pois o hospital mais próximo é em Santarém.
Voltando a mim, outra vez, e ao meu luto. Sim preciso pôr a minha cabeça no lugar e com tanta coisa para tratar, preciso de mim, preciso de pensar que o meu marido não volta, preciso de pensar que sou só eu e a filhota em casa, preciso de tirar o resto das coisas dele, preciso atenuar a dor de o não ter mais ao pé de mim, preciso de me preparar para uma nova vida sozinha, enfim preciso, preciso, preciso...

3 comentários:

Professor moreijo disse...

amiga tenha força e continue sua vida seu esposo esta descansando pelo que entendi na postagem que sitou a doença dele ele sofreu muito nos ultimos dias de vida..então peça para Deus cuidar bem dele e voce cuide se... a vida continua um grande abraço...fuiiiiii

C@rlos@lmeida disse...

Olá amiga em primeiro lugar quero dar-lhe os meus pêsames sentidos.
Queria também dizer-lhe que li um pouco do seu blog.
Eu tenho uma rádio Onlinne se quiser passar por lá para espairecer um pouco a música ajuda a combater a solidão e a tristeza: http://xat.com/radiomusicrebeldes, ou então passe pelo meu blog e terá a oportunidade de ouvir um pouco.
Felicidades

Unknown disse...

Ele cumpriu seu papel, deve estar no "Nosso Lar", se curando das feridas terrenas, e sem sombra de duvida estará bem, quanto a você tenha força é difícil a perda de uma pessoa querida, mais faz parte de nossas vidas!